segunda-feira, 8 de julho de 2024

Dead man walking: Os ignorantes já se condenaram à morte, cuidemos dos vivos

 

De ignorante para ignorante, certa vez, a fazendeira Ana Maria Braga fez uma ode a ignorância jurando que os ignorantes são mais felizes.

Na fundamentação de seu pensamento lembrou que, aqueles que muito sabem ampliam as razões para sofrer, enquanto outros, pessoas que nada conhecem além da realidade no entorno do próprio corpo, estão menos afetos a ocorrências mundo a fora potencialmente ferinas para o espirito humano. Em resumo, o sábio se desespera com a questão ambiental, ao passo que o ignorante nem está aí quando a fazendeira invade a floresta. Sendo assim, aquele que estuda, sofre hoje pela possibilidade de; no futuro, viver a degradação paulatina de sua vida e, nesse mesmo tempo, aquele outro, menos informado, vaga despreocupado pelo mundo, feliz sob o lento aquecimento global, e sofre somente quando se vê afogado nas águas do rio Guaíba, por exemplo.

Entretanto, não parece ser bem assim quando se pensa sobre a realidade nua e crua. Nela, os ignorantes, que nem em todos os dias têm a alegria de conquistar um prato de arroz com feijão, bem como dormir numa cama quentinha ou mesmo vencer as contas do banco, vivem sob a perspectiva de um sofrer perene.

O fato é que tivemos uma boa amostra da vida sob o domínio da ignorância. Pela primeira vez, em muito tempo no Brasil, o não conhecimento da realidade prevaleceu como elaborador da verdade. Antes a verdade se alinhava com o saber experimentado e elaborado acerca do mundo e assim guardava em sua essência, o que de real e concreto existia, mesmo aos olhos do mais humilde dos brasileiros.

Embora, a verdade de muitos fatos fosse alijada de grande parte da população, a antiga concepção de verdade nem de longe se compara com a ordem atual, que se faz representada pelo bolsonarismo.

À medida que essa nova ordem vai se impondo como hegemônica, enraizando sua característica mais hedionda; de subverter a tradicional conexão entre o conhecimento do real e a constituição da verdade, vai paulatinamente desumanizando a existência.

E por que desumaniza?

Justamente por fundamentar o saber sobre o real, é que os pensantes conseguem distinguir entre o que é realidade e o que é fantasia, função primordial para o reconhecimento das potências e fragilidades da atuação humana para garantir sua sobrevivência.

A desconstrução desse modo de produzir conhecimento, rebaixa o homem a condição animal. Quando perde a noção de realidade, o ser humano passa a depender de seus instintos, e se torna um ente reativo, condição própria dos selvagens.

Podemos perceber esses aspectos nas posições bolsonaristas frente a diversas situações que exigem a qualidade humana de entender o presente para além do que enxerga no limite de sua visão e, elaborando com esses dados, prever o futuro. Ao contrário, eles tomam decisões num modelo bem diferenciado do humano não ignaro, e buscam soluções apenas para o aqui e agora sem a menor noção de que podem estar se enterrando num buraco, que será sua destruição.

Durante o período bolsonarista na presidência do país, já se comprova que mais de trezentas mil pessoas morreram por ação ou inação da gangue que ocupava o poder, sendo a maioria formada por aqueles sem qualquer noção do perigo da Covid.

Ainda que possamos olhar para esse quadro e, à primeira vista, não perceber nada novo em suas cores, visto que, é habito as elites brasileiras promoverem genocídios de pobres no Brasil, ocorre que nunca o povo esteve comemorando a tragédia e disposto a repeti-la tantas vezes quanto os poderosos desejassem.

Enfim, o que se tem como condição normal da realidade atual, é que: Dentre a maioria que luta pela melhoria do planeta, encontra-se os não ignaros e, dentre aqueles que não sabem a razão de tanto sofrer, quase todos, sem saber, lutam pela própria extinção.

O problema é que, no começo, eles miram um revólver para a própria cabeça, acreditando na ação de forças sobrenaturais, deuses que, pela primeira vez, procederão a seu favor. Contudo, em ato continuo, acabam se colocando à mercê de gente como Anas Marias, Malafaias e Bolsonaros da vida, que vivem em pleno nababo, sustentados pela ignorância alheia, e apontam a arma em direção a todos.

Portanto, é fato: Os ignorantes já estão condenados à morte e, infelizmente, os não ignorantes caminham apáticos para a extinção. Já não é chegada a hora de radicalizar todas as ações, empreendendo-as com a importância de uma luta pela sobrevivência, antes que seja tarde?

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