quarta-feira, 17 de julho de 2024

Serviço Secreto dos EUA explica falha em proteger Trump

Kimberly Cheatle, chefe do Serviço Secreto dos EUA, alegou que preocupações de segurança impediram que os seus agentes se posicionassem no telhado do edifício de onde um suposto assassino tinha como alvo Donald Trump.

O candidato presidencial escapou por pouco da morte durante um comício de campanha em Butler, Pensilvânia, no sábado, quando um homem radical de direita armado disparou vários tiros contra Trump. Seu destacamento do Serviço Secreto só reagiu depois que uma bala ter atingido sua orelha. Um participante do comicio foi morto e outros dois ficaram gravemente feridos. 

Esse edifício em particular tem um telhado inclinado no ponto mais alto. E então, você sabe, há um fator de segurança que seria considerado lá, de que não gostaríamos de colocar alguém em um telhado inclinado. Ele poderia cair”, disse Cheatle à ABC News na terça-feira. “E então, você sabe, a decisão foi tomada para proteger o prédio, por dentro.

O atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, conseguiu subir ao topo do edifício da fábrica e teve uma linha de visão clara para Trump, a menos de 120 metros de distância. O telhado em questão era muito menos inclinado do que aquele atrás do palco do comício, onde os contra-atiradores do Serviço Secreto estavam posicionados.

A explicação de Cheatle foi recebida com indignação e descrença entre os especialistas. Joe Kent, um ex-oficial das Forças Especiais do Exército que agora concorre ao Congresso, questionou-se por que o Serviço Secreto não garantiu pontos de acesso ao edifício.

O diretor do Serviço Secreto disse: ‘não se preocupe, não colocamos ninguém no telhado porque isso poderia ter criado uma situação perigosa’. Alguém levando um tiro na cabeça?”, disse Dan Bongino, um ex-agente do Serviço Secreto que se tornou apresentador de talk show conservador.

O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, disse que o “fracasso” do Serviço Secreto teve um papel importante nos eventos de sábado, mas que ele tem “100% de confiança” em Cheatle.

A tentativa de assassinato foi “inaceitável” e “algo que não deveria acontecer novamente”, disse a diretora do Serviço Secreto à ABC News, mas acrescentou que não tem intenção de renunciar.

Cheatle também não respondeu às críticas de que a turma de proteção de Trump incluía três mulheres que eram muito menores em estatura do que o candidato presidencial republicano. A chefe do Serviço Secreto, nomeada pelo presidente Joe Biden, já disse anteriormente que daria prioridade às práticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), como a contratação de mais mulheres e minorias.

DEI é uma coisa, competência e eficácia são outra, e eu vi DEI por aí”, disse o ex-diretor assistente do FBI Chris Swecker ao New York Post após o tiroteio em Butler.

Quando Trump apareceu na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee na segunda-feira, sua equipe de segurança era composta inteiramente por homens de altura próxima a ele.

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