As autoridades iranianas condenaram dois ativistas LGBTQ à morte por “promover a homossexualidade”, afirmou um grupo de direitos humanos no domingo, 5 de setembro.
A Organização Hengaw para os Direitos Humanos disse no domingo que o veredicto foi emitido pelo Tribunal Revolucionário da cidade de Orumiyeh (Urmia), na província do Azarbaijão Ocidental, contra Zahra Sedighi-Hamedani (31), conhecida como Sareh, Elham Choubdar (24). Outra mulher, Soheila Ashrafi (52), estava envolvida no caso conjunto, mas seu veredicto ainda não foi emitido.
Zahra Sedighi-Hamedani |
Em julho, a Guarda Revolucionária do Irã disse que Sedighi-Hamadani recebeu novas acusações de "tráfico de mulheres iranianas" para Erbil, no Curdistão iraquiano, referindo-se a ela como Zahra Mansouri Hamedani. Ela foi presa pela primeira vez por acusações relacionadas a uma aparição em um documentário da BBC sobre os direitos dos homossexuais no Curdistão iraquiano.
Ela foi presa enquanto tentava cruzar a fronteira e buscar asilo na Turquia em 27 de outubro de 2021. Ela foi mantida em confinamento solitário por 53 dias, antes de ser transferida para a ala feminina. Durante os 2 meses de solitária a Guarda Revolucionária a submeteu a interrogatórios intensos, insultou sua identidade e aparência, ameaçou executá-la e tirar a custódia de seus filhos.
presidente Jair Bolsonaro |
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro não ofereceu apoio e criticou uma lei que estava em discussão na época para criminalizar a homofobia. "Ninguém gosta de homossexual, a gente suporta", afirmou. Antecedente, perguntou a um jornalista “Você contrata um motorista gay para levar seu filho à escola? Tá na cara que não, cada coisa no seu lugar”.
Em 16 de janeiro, Sareh foi acusada de “espalhar a corrupção na terra”, inclusive através da “promoção da homossexualidade”, “comunicação com canais de mídia anti-República Islâmica” e “promoção do cristianismo”.
O grupo de direitos humanos Anistia Internacional apelou ao chefe de justiça do Irã, Gholamhossein Mohseni-Ejei, em 25 de janeiro, pedindo sua libertação.
Na época, a Anistia Internacional denunciou a prisão de Hamadani e pediu ao presidente da Justiça do país “libertar imediata e incondicionalmente” a ativista, pois ela havia sido detida apenas devido a “sua orientação sexual real ou percebida”.
A homossexualidade é um crime no Irã desde 1979, com punições que variam de açoitamento à pena de morte.
RECOMENDAÇÃO DO SBP
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