Indignação no Brasil por doente mental negro morre em 'câmara de gás' de carro de polícia |
O The Guardian relatou que os brasileiros responderam com indignação à morte de um homem negro mentalmente doente que foi empacotado na traseira de um carro de polícia por policiais que então lançaram uma granada de gás dentro do veículo.
A morte horrível produziu choque no Brasil, onde a violência policial letal é comum e afeta desproporcionalmente a população negra do país. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a polícia matou 6.416 pessoas no Brasil em 2020. Quase 80% das vítimas eram negras.
“Os policiais transformaram um carro em uma câmara de gás e executaram um homem mentalmente doente”, escreveu Renata Souza, ativista negra e política do Rio de Janeiro, no Twitter. “Não há palavras diante de tamanha desumanidade. O Brasil é um campo de extermínio!”
Em nota, a Polícia Rodoviária Federal do estado de Sergipe disse que os policiais usaram “técnicas de imobilização” e “instrumentos de menor potencial ofensivo” após Santos se tornar agressivo. O comunicado diz que Santos foi levado ao hospital após passar mal a caminho da delegacia.
O Estado de Sergipe — onde Genivaldo de Jesus Santos foi morto durante a abordagem da Polícia Rodoviária Federal na quarta-feira (25/05) — é a unidade da Federação com 3º maior índice de mortes por intervenção policial do país.
O Estado tem taxa de 8,5 mortes por intervenção policial por cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá (13) e de Goiás (8,9), segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado no ano passado.
Os dados são de ações de 2020 e incluem mortes de civis e militares do Estado PRF não estão na estatística.
Foram 196 pessoas mortas pela polícia em Sergipe em 2020, 44 delas em Aracaju — o que torna a capital sergipana o 19º município do Brasil com maior número de mortes por intervenção policial.
O POVO SE REVOLTA
Após verem as cenas chocantes da morte de Genivaldo, a população em Umbuaúba se revoltou e fez o carro dos militares recuarem. Comoção já é nacional e atrocidades se somam à chacina perpetuada por militares no Rio nessa semana na Vila Cruzeiro. Bolsonaro elogiou a postura da polícia no Rio e aplaudiu a chacina. Mas a população em revolta mostra o caminho contra a violência policial. É urgente que sindicatos e entidades convoquem atos por todo o país contra essa barbárie. Veja os vídeos abaixo:
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