EUA proíbe marcha de militantes sociais na 9ª Cúpula das Américas

Los Angeles Police obstructs democratic right to protest

Polícia de Los Angeles obstrui direito democrático

de protesto do dia 10 de junho

A polícia de Los Angeles recusou-se a conceder permissão para uma marcha na 9ª Cúpula das Américas, organizada pela Cúpula dos Povos.

O Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD) se recusou a conceder uma permissão para uma marcha na 9ª Cúpula das Américas, negando aos organizadores e apoiadores da Cúpula dos Povos seu direito democrático de protestar, anunciaram os organizadores em um comunicado à imprensa. Os organizadores da Cúpula dos Povos solicitaram uma permissão já em 25 de fevereiro para sua marcha em 10 de junho. Eles dizem que o LAPD está parado há meses e alegam que o Serviço Secreto e o Governo Federal estão contribuindo para o atraso.

O direito à liberdade de expressão e protesto é protegido pela constituição dos EUA. Os organizadores da Cúpula dos Povos ainda estão lutando por uma permissão, mas planejam marchar independentemente do resultado.

“Vemos isso como uma violação antidemocrática de nossa atividade de liberdade de expressão constitucionalmente protegida.” disse Estevan Hernández da Answer Coalition durante uma coletiva de imprensa em 31 de maio organizada pela Cúpula dos Povos. “Independentemente do que acontecer com a permissão… marcharemos na próxima semana.”

A Cúpula dos Povos está sendo organizada para combater a Cúpula das Américas dominada pelos EUA. A Cúpula das Américas pretende convocar lideranças em todas as Américas para discutir “a construção de um futuro sustentável, resiliente e equitativo”. Esta é a segunda vez que esta cúpula será realizada nos EUA desde sua cúpula de fundação, realizada em Miami em 1994. As apostas são altas para o presidente dos EUA, Biden, garantir que seja um sucesso, mas Biden já encontrou enormes dificuldades.

A Cúpula das Américas é fortemente influenciada pelos EUA e já decidiu excluir dois países aos quais os EUA são hostis: Venezuela e Nicarágua e ainda não decidiu sobre a participação de Cuba. Líderes de todo o hemisfério responderam a essas exclusões com ameaças de boicotar totalmente a cúpula. “Como pode uma cúpula ser ‘da América’ sem todos os países da América?” disse o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador (AMLO), que optou por boicotar se os EUA não reverterem sua decisão de excluir os países.

Durante a conferência de imprensa da Cúpula dos Povos, Manolo De Los Santos, da Assembleia Internacional dos Povos, declarou: “A cúpula de Biden já fracassou porque eles se recusaram a praticar a democracia real… Cúpula do Povo”.

Angélica Salas, Diretora Executiva da CHIRLA

A Cúpula dos Povos vai contra a agenda pré-existente de dominação dos EUA nas Américas. Como afirmou Angélica Salas, Diretora Executiva da CHIRLA,

“A Cúpula dos Povos levantará todas essas questões importantes para nosso povo, mas deixadas de fora daquela outra cúpula presidencial na cidade: os direitos dos imigrantes, mulheres e trabalhadores, a reconstrução e proteção das normas democráticas, a segurança das famílias. Apresentaremos uma visão diferente do Hemisfério Ocidental como um lugar de paz, liberdade e prosperidade para todos que não excluem nenhum país, nenhuma fé, nenhuma raça e nenhum gênero”.

Os Estados Unidos também negaram vistos a uma delegação de 23 pessoas da sociedade civil cubana que participará da Cúpula dos Povos. Sobre esta exclusão, Manolo de los Santos afirmou: “A política do governo dos EUA é cruel com o povo cubano, mas também com o povo dos Estados Unidos, que está sendo negado o direito de não apenas se relacionar com o povo da Ilha, mas também poder falar e dialogar diretamente com eles”.

RECOMENDAÇÃO DO SBP