A maior parte da ajuda não humanitária dos EUA ao Gabão será interrompida, disse a administração do presidente Joe Biden em comunicado na terça-feira, 26 de setembro. A medida surge na sequência de um golpe de Estado no mês passado, em que os militares do país assumiram o poder.
“O governo dos EUA está suspendendo certos programas de assistência externa que beneficiam o governo do Gabão enquanto avaliamos a intervenção inconstitucional de membros das forças armadas do país”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, num comunicado.
“Esta medida provisória é consistente com as medidas tomadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Central, pela União Africana e por outros parceiros internacionais, e continuará enquanto analisamos os fatos no terreno no Gabão”, disse Blinken. “Continuamos as atividades operacionais do governo dos EUA no Gabão, incluindo operações diplomáticas e consulares de apoio aos cidadãos dos EUA.”
A declaração não forneceu quaisquer detalhes sobre quais programas financiados pelos EUA seriam afetados ou quanto dinheiro seria retido.
A medida é temporária, uma vez que os EUA aguardam uma revisão das circunstâncias que levaram à destituição do antigo presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba.
A vitória de Bongo nas eleições presidenciais foi amplamente criticada por alegadas irregularidades, e os líderes militares gaboneses depuseram-no em 30 de Agosto.
A família Bongo governava o Gabão há mais de meio século e as autoridades norte-americanas afirmaram anteriormente que a assistência dos EUA era mínima.
O líder da oposição Raymond Ndong Sima, que prometeu realizar novas eleições num discurso à ONU na semana passada, foi empossado como primeiro-ministro pelos militares.
O Gabão é o segundo país africano a experimentar uma tomada militar depois do governo do Níger ter sido derrubado no início deste ano. Embora os EUA tenham suspendido parte da ajuda ao Níger, ainda não determinaram se o incidente deve ser considerado um golpe de Estado.
