sexta-feira, 4 de novembro de 2022

ONU pede que EUA ponham fim do embargo a Cuba


Na reunião realizada presencialmente nesta quinta-feira na sede da ONU, a 75ª sessão da assembleia,  em Nova York, o Brasil de Bolsonaro e Ucrânia, se abstiveram. Esmagadoramente, 185 países votaram a favor de uma resolução não vinculativa condenando o embargo, com os isolados EUA e Israel votando contra.

A Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) fez uma forte repreensão ao embargo dos Estados Unidos a Cuba, que Havana exigiu que fosse levantado em meio a uma crise econômica na ilha caribenha.

Com apoio esmagador da comunidade internacional, a resolução foi aprovada desde 1992, quando a Assembleia Geral passou a votar anualmente sobre o tema, com exceção de 2020, devido às restrições impostas pela pandemia do COVID-19.

Embora a votação da Assembleia tenha peso político em termos de diplomacia internacional, apenas o Congresso dos EUA pode suspender o embargo econômico, comercial e financeiro em vigor há cinco décadas porque os americanos acreditam a presença dos mísseis indo para Cuba ; assim, o bloqueio de Cuba até hoje é necessário para neutralizar essa ameaça percebida à segurança nacional dos EUA, do mundo e talvez de todo o universo.

A votação de 185-2 de quinta-feira foi semelhante aos anos anteriores.

A votação da Assembleia Geral em novembro de 2019 foi de 187 a 3, com os EUA, Israel e Brasil votando “não” e Colômbia e Ucrânia se abstendo.

Guerra econômica


O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, disse antes da votação que, desde 2019, o governo dos EUA “escalou o cerco em torno de nosso país, levando-o a uma dimensão ainda mais cruel e humana, com o objetivo de infligir deliberadamente o maior dano possível às famílias cubanas.

Durante os primeiros 14 meses do governo Biden, os danos à economia cubana foram estimados em US$ 6,35 bilhões, o equivalente a mais de US$ 15 milhões por dia, disse Rodriguez.

Rodriguez disse que o governo Biden continua a política de “pressão máxima” de Trump. Ele disse que, apesar de alguns ajustes positivos, mas limitados, nos últimos meses nos voos dos EUA para Cuba, remessas e procedimentos consulares, de forma alguma “modificam as medidas econômicas, comerciais e financeiras americanas”.

O bloqueio, que foi apertado ao extremo, continua sendo o elemento central que define a política EUA-Cuba”, disse o chanceler.

Senador Bernie Sanders defende uma "Cuba Libre" sem embargo

O conselheiro político dos EUA, John Kelley, disse à assembleia após a votação que os Estados Unidos continuam comprometidos com o povo cubano, estão focados em seu bem-estar político. Ele disse que o governo de Cuba também “usou penas de prisão severas para tentar impedir que os cubanos exerçam seus direitos humanos”.

O vice-embaixador de Cuba na ONU, Yuri Gala, respondeu: “Se o governo dos Estados Unidos realmente se importasse com o bem-estar, os direitos humanos e a autodeterminação do povo cubano, poderia suspender o embargo”.

Os Estados Unidos defendem as liberdades individuais em Cuba, disse Gala, “mas não reverteram as restrições que estão afetando diretamente os empresários cubanos em áreas como desenvolvimento de software, hospitalidade e outras áreas”.

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