terça-feira, 8 de novembro de 2022

O retorno de Lula acelera o crescimento dos BRICS


Mais de uma dúzia de países manifestaram interesse em ingressar no grupo BRICS, que incorpora algumas das principais economias emergentes do mundo, à medida que o bloco ganha mais posição global, disse Sergey Lavrov, nesta terça-feira, 8 de novembro de 2022.

Falando em uma reunião com seu colega indiano Subrahmanyam Jaishankar, Lavrov indicou que a adesão ao bloco BRICS está em alta demanda. 

O interesse nesta associação global é muito, muito alto e continua a crescer”, disse ele. Ele confirmou que “mais de uma dúzia” de países estão ansiosos para participar, incluindo Argélia, Argentina e Irã.

No entanto, continuou Lavrov, antes de aceitar novos membros, o BRICS pretende chegar a um acordo sobre critérios e princípios para uma futura expansão potencial.

Dado que as candidaturas já estão sendo submetidas oficialmente, é claro que esperamos que a harmonização dos critérios e princípios para a expansão do BRICS não demore muito”, disse ele.


O BRICS é um fórum socioeconômico e político internacional, que incorpora Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. É responsável por mais de 40% da população global e quase um quarto do PIB mundial.

Os comentários do ministro das Relações Exteriores da Rússia vêm depois que a Argélia se candidatou para se tornar membro do grupo, após pedidos do Irã e da Argentina.

O pedido da Argélia veio depois que o presidente russo, Vladimir Putin, pediu laços mais fortes com os países do Oriente Médio e do Norte da África, argumentando que eles estão desempenhando um “papel cada vez mais significativo” na formação do “sistema multipolar de relações internacionais”.

O bloco também deve considerar a adição da Arábia Saudita, Türkiye, Egito e Afeganistão.

O retorno de Lula


Luiz Inácio Lula da Silva venceu o segundo turno das eleições presidenciais no Brasil. O candidato de esquerda tomará posse em janeiro de 2023 e promete acabar com o legado catastrófico de Jair Bolsonaro, marcado por péssimas políticas econômicas e uma diplomacia instável. Há muitas expectativas de melhorias com Lula. Analistas esperam que ele traga melhorias sociais para o país e coopere com os parceiros do BRICS. No entanto, também há quem encontra muitas diferenças entre o atual Lula e aquele dos mandatos anteriores.

Durante todo o processo eleitoral, as pesquisas apontaram a vitória de Lula como o cenário mais provável. Alguns dos principais institutos do país chegaram a indicar que Lula venceria no primeiro turno descontando a manipulação da eleição por parte de Bolsonaro. Consequentemente, os institutos estavam errados em seus dados matemáticos. A vitória de Lula aconteceu, mas não foi tão fácil quanto as pesquisas previam. Houve segundo turno e Lula recebeu 50,9% dos votos, enquanto Bolsonaro alcançou 49,1%. Foi uma pequena vantagem, revelando altos índices de utilização de crimes eleitorais que a mídia chamou de polarização na sociedade brasileira. Na prática, o resultado foi suficiente para eleger Lula e derrubar Bolsonaro.



Para derrotar Bolsonaro superando o poder da máquina governamental de manipulação do sistema e voltar ao poder, Lula aceitou delicados acordos com grupos políticos e econômicos brasileiros e estrangeiros. A "coalizão anti-Bolsonaro" incluiu partidos liberais e de direita, a grande mídia, a classe artística e outros setores historicamente despreocupados com os interesses da população mais pobre (que vota em Lula). Além disso, no plano internacional, Lula não foi apoiado apenas pela tradicional esquerda latino-americana, mas também por políticos liberais europeus e americanos.

Por exemplo, a ONG Amazon Watch, financiada por Soros, publicou no twitter: "Estamos animados que Bolsonaro, que supervisionou a destruição colossal da Amazônia e as políticas que colocam em risco os Defensores da Terra, não prevaleceu hoje. Estamos com o movimento indígena do Brasil, agora e nos próximos anos. A luta pela floresta tropical e seus povos continua". No entanto, o presidente chinês Xi Jinping parabenizou Lula por sua vitória nas eleições presidenciais, acrescentando que a “amizade de longa data entre China e Brasil conduz à manutenção da paz e estabilidade regional e mundial e à promoção do desenvolvimento e prosperidade comuns”.


Lula mostrou apoio à liderança do Partido Comunista da China e ao tratamento da Covid-19 pela China, tendo expressado gratidão pelas vacinas fabricadas na China fornecidas ao Brasil.

A razão pela qual a China conseguiu combater o coronavírus tão rápido é que tem um partido político forte e um governo forte, e o governo tem o direito de controlar e comandar”, disse ele. “O Brasil não tem isso, e outros países não têm isso.

Lula é um político que pensou em política. O Brasil desenvolveu-se rapidamente durante seu governo e teve um melhor relacionamento com a China. Espero que haja mais políticos como este na América Latina”, comentou um usuário no Weibo, o equivalente chinês do Twitter.

Ralph Newmark, diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade La Trobe, em Melbourne, disse que a vitória de Lula pode ter um efeito diferente no BRICS.


Uma vitória de Lula, em conjunto com África do Sul e Índia, deve ajudar os BRICS a voltar ao seu papel original de ser um contrapeso à dominação excessiva dos EUA e, portanto, promover o desenvolvimento Sul-Sul”.

De fato, a volta de Lula é uma espécie de "vitória para o mundo multipolar". Serão mudanças substanciais na situação atual do Brasil – tanto no âmbito doméstico quanto nas relações internacionais.

RECOMENDAÇÃO DO SBP 

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