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Após o atentado suicida, a Autoridade Palestina (AP) juntou-se à agência de inteligência Shin Bet de Israel e à Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) na formação de um painel tripartido para coordenar as operações repressivas na região. A primeira reunião do órgão ocorreu em 17 de agosto sob a supervisão do chefe da estação da CIA em Tel Aviv.
O arranjo, proposto por Washington e saudado pelo líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, foi um indicador do caráter fraudulento da “paz” do Oriente Médio mediada pelos EUA e do beco sem saída em que a perspectiva nacionalista burguesa da OLP liderou o povo palestino.
As principais cidades palestinas como Hebron e Ramallah foram isoladas por tropas israelenses, seus moradores impedidos de sair, enquanto palestinos de outras partes da Cisjordânia foram impedidos de entrar. A Faixa de Gaza também foi bloqueada. Dezenas de milhares de trabalhadores palestinos que dependiam de empregos em Israel ficam presos na fronteira.
A vida econômica dos territórios, já estagnada, foi paralisada pelas medidas de segurança. O governo israelense também cortou as receitas fiscais coletadas de trabalhadores e empresas palestinas, que deveriam ser entregues à Autoridade Palestina. Os fundos representaram quase dois terços do orçamento operacional da AP.
Durante décadas, a OLP proclamou sua dedicação à libertação nacional através da luta armada contra o sionismo e o imperialismo. Ganhou amplo apoio popular dos palestinos e a simpatia das massas oprimidas em todo o Oriente Médio. Mas, na década de 1990, passou a ser injuriado pelo povo que prometeu libertar, pois agora funcionava como uma agência policial subordinada a Washington e Tel Aviv, reforçando a opressão dos palestinos.
O declínio da popularidade da OLP e a desmoralização que ela causou criaram condições para o crescimento do movimento fundamentalista islâmico Hamas, cujos ataques terroristas foram diretamente a favor do Estado israelense.
Quatro anos depois que Israel e a OLP assinaram um acordo de paz no gramado da Casa Branca, as condições para os palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza eram piores do que sob ocupação israelense direta. Na realidade, a ocupação nunca terminou. As forças militares de Israel mantiveram um domínio sobre os territórios onde a Autoridade Palestina de Arafat estava nominalmente no comando. O caráter fictício do “autogoverno” palestino ficou claro novamente pelos atos de punição coletiva realizados por Israel em resposta ao bombardeio de Jerusalém.
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