UMA ESCOLHA FÁCIL PARA
HOMOFÓBICOS E FASCISTAS
Uma dessas articulistas de futilidades escreveu, eu me lembro, lá pelos início da década de 1980, que Margareth Tatcher traria para política um “olhar feminino”, supostamente mais sensível e humanista. Bom, a gente sabe no que deu. A “Dama de Ferro” tentou destruir o estado de bem estar social inglês construído às duras penas no país, além de se esforçar para destruir o movimento sindical e governar para os ricos. Ou seja, política sensível e humanista de fazer inveja a Átila, o Huno e Gengis Khan.
Bem, a História costuma se repetir com uma constância insuportável. Ou como dizia um velho professor marxista, não é exatamente a História que se repete. São os mecanismos de exploração que se mantém inalterados. Mas isso não quer dizer que não se modernizem.
Causou furor o governador gaúcho Eduardo Leite, um típico representante da elite branca tucana, ter assumido numa entrevista que é gay. Eu pergunto: e daí?
Quando se é branco, rico, e ainda se pode contar com o aparato de segurança do estado – o mesmo que todos os dias espanca, prende e mata pobres, pretos, gays e trans – ser homossexual e ter uma relação homoafetiva é um mero detalhe. Duvido que os eleitores conservadores deixem de votar no tucano “de bem” em razão da sua orientação sexual. Principalmente se Eduardo Leite estiver disputando um cargo executivo contra políticos que realmente se empenham em defender o povo.
Há gays de esquerda e de direita. E de centro e totalmente despolitizados. O mesmo vale para mulheres e negros. E sindicalistas. Estão aí Damares, Hélio Negão, Fernando Holiday, Paulinho da Força e Bia Kicis que apenas confirmam o argumento. Etnia, gênero ou orientação sexual não torna seres humanos melhores ou piores. São seus atos ou suas omissões que definem os cidadãos. E os políticos.
O que está sendo gestado no Brasil hoje, se bem que não tão descaradamente ainda, é a viabilização da tal “Terceira Via”, sonho de consumo das elites da FIESP, da grande mídia e dos “Farialimers” (direita moderninha de sapatênis e roupinha de grife) que votou no Mito e agora quer se desembaraçar dele. Nada mais chique do que um terceira via branco, limpinho e cheiroso – para usar os adjetivos imortalizados por uma jornalista tucana. Ou seja, um gay para atender aos anseios dos “humanos direitos”, a “gente de bem”!
Alguns questionamentos, contudo, se fazem necessários: Quando o “corajoso” – é o que estão dizendo sobre o governador gaúcho – Eduardo Leite se opôs ou adotou alguma política pública, que o cargo que ocupa lhe facultava, para pôr fim às agressões e assassinatos de mulheres, negros e da população LGBTQI+ tão desgraçadamente comuns nesse país? Alguém leu alguma nota do Sr. Leite a respeito dos ataques machistas e misóginos dirigidas à sua conterrânea Manoela d’Ávila nas últimas eleições? Ou quando a candidata é comunista o machismo e a misoginia estão liberados? Alguém ouviu ou leu alguma nota de repúdio do digníssimo político em relação aos ataques racistas desferidos contra candidatos e candidatas afrodescendentes eleitos em Porto Alegre? Pois é.
Ah, sim. Lembremos que o dito terceira via não teve nenhum problema em apoiar o Bozo fascista em 2018, não obstante seu machismo, racismo e misoginia. Realmente é necessário muita coragem para ofertar tal apoio! Ou muita desfaçatez. Ou no popular, muito reacionarismo descarado mesmo!
Eduardo Leite, enfim, é a tal “diversidade” de comercial do horário nobre da Rede Globo. Ótimo para o consumo. Mas que na vida real faz muito pouca diferença.
Por: Prof. Benedito Carlos dos Santos
RECOMENDAÇÃO SBP
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