Imagens do documentário: Mulheres do Progresso: Muito além da Várzea” |
Existe futebol de várzea de mulheres em São Paulo? Sim! Existe! São as "Mulheres do Progresso: Muito além da Várzea”. Uma historia de luta pela afirmação da mulher como pessoa de direitos, contra o preconceito e discriminação e pelo empoderamento feminino
Existe futebol de várzea de mulheres em São Paulo?
Essa foi a pergunta que deu origem a pesquisa apresentado no projeto de extensão da PUC-SP que contou com o auxílio do Plano de Incentivo a Projeto de Extensão, o PIPEXT em 2022.
Nesse trabalho, o futebol de várzea feminino foi usado como um meio para contribuir com o intercâmbio de conhecimento e práticas entre a Universidade e diferentes setores da sociedade, promovendo ações afirmativas de combate às desigualdades sociais, à discriminação racial e de gênero.
Palestrantes
O objetivo desse material se resumiu no mapeamento das equipes femininas amadoras de futebol na região metropolitana de São Paulo (SP) a partir da Liga Feminina de Futebol Amador, do bairro de Parelheiros. Também foram traçados demandas e perfis sociais da composição das 95 equipes femininas que toparam fazer parte dessa pesquisa.
Mulheres do Progresso: Muito além da Várzea
“Mulheres do Progresso: Muito além da Várzea” é um documentário que tem objetivo de enaltecer a presença feminina no mundo da várzea.
O filme retrata a vida das personagens Marcia Piemonte, Sindy Rodrigues, Tianinha Santos e Sandra Aparecida Pereira, mulheres que vivem em diferentes comunidades de São Paulo e que tem em comum o amor e dedicação pelo Futebol de Várzea.
“Muito Além da Várzea” acompanha o cotidiano e a realidade de mulheres que estão à frente de times masculinos dentro da cultura do Futebol de Várzea em São Paulo.
Diretora, Presidenta, Mesária e Secretária são algumas das funções que essas mulheres executam dentro da Várzea e que não se limita somente ao futebol, pois existe uma interferência direta na comunidade de um modo geral.
DOCUMENTÁRIOS REGISTRAM O FUTEBOL DE VARZEA FEMININO
Há controvérsias sobre o início da história do futebol no Brasil. Sabe-se de Charles Miller, que em 1895 trouxe consigo da Inglaterra as primeiras bolas, participou da primeira partida oficial e popularizou o esporte entre a elite. Sabe-se também que, já em meados da década de 1870, marinheiros britânicos, franceses e holandeses trocavam passes informais em solo brasileiro.
Esses registros, no entanto, têm algo em comum: independente de classe social, os primeiros jogadores, até o que se sabe, foram todos homens. As primeiras referências “futebol feminino” surgem décadas depois, nos anos 1920, em espetáculos circenses (isso mesmo!). Mulheres com bolas nos pés não eram consideradas jogadoras, mas vistas como “artistas performáticas”. Não eram consideradas partidas, e sim espetáculos.
Proibição e desigualdades históricas
O jogo de futebol entre mulheres começa a ganhar popularidade na periferia, mas se mantém distante dos clubes, ligas e da mídia. A modalidade era considerada “violenta e ideal apenas para homens“, mas, apesar disso, foram realizados em 1940 os primeiros jogos entre mulheres. A repercussão das mulheres em campo foi imediatamente censurada, ocasionando a proibição da prática no ano seguinte.
O Decreto-Lei 3.199/1941, Art. 54, determinou: “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza“. Algo mais absurdo acontece em 1965, já na Ditadura Militar, quando o texto é novamente publicado e, desta vez, cita especificamente a proibição do futebol como tentativa de punir as mulheres que jogavam futebol clandestinamente.
Apenas em 1979, no início do processo de redemocratização, que a lei que proíba a prática do futebol entre mulheres foi revogada. Mais quatro anos se passaram para que o futebol feminino fosse regulamentado e, a partir de então, criadas as primeiras escolas e campeonatos.
A primeira Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino foi realizada em 1991 e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) assumiu a seleção brasileira composta por mulheres, que seguem sem receber grandes investimentos. Em 2018, gastou-se 1,5 vezes mais com pessoal do que com o futebol feminino, que recebeu pouco mais de 6% da receita líquida anual. A seleção participou de todas as edições da Copa do Mundo, a oitava em 2019, mas essa foi a primeira vez que jogos foram transmitidos em rede aberta no Brasil.
Neste ano, Marta, a rainha do futebol, entrou para a história como a maior artilheira de todas as Copas (sem distinção de gênero) e fez um discurso histórico convocando as mulheres para transformarem o futebol. Eleita seis vezes a melhor do mundo, a jogadora está sem contrato com empresas do ramo desde julho de 2018. O motivo: o valor estava muito abaixo dos acordos fechados no futebol masculino. Nesta Copa, entrou em campo com uma chuteira que pede igualdade de gênero.Futebol feminino em documentário
Após esse breve apanhado histórico (há muito mais detalhes neste infográfico integrativo e no Museu do Impedimento), o Assiste Brasil buscou reunir alguns documentários que discutem a presença feminina no futebol brasileiro, dentro e fora de campo. São curtas e médias-metragens, produzidos para o cinema, televisão, plataformas digitais, meios institucionais e produções universitárias, que retratam tanto o contexto social quanto fazem o registro histórico das personagens.
Conheça os documentários brasileiros que lançam o olhar sobre o futebol feminino clicando aqui
RECOMENDAÇÃO DO SBP
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