Silvia Aloia, liderança do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, discente no curso de Administração em Sistemas e Serviços de Saúde na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), uma lutadora pelos direitos das mulheres vivendo com HIV/aids, fala com a galera do Super Batepapo sobre os desafios de oferecer aos infectados pelo HIV uma vida digna. Proteção e preconceitos são abordados nessa conversa.A história de Silvia com a capital gaúcha e com o Brasil começou em 1982, quando ela era uma menina de 12 anos e sua família fugia do regime militar uruguaio. A adaptação não foi fácil. “Mas hoje meu coração é brasileiro”, garante.
Aos 16 anos, precoce, decidiu morar sozinha. Aos 21, em 1990, engravidou da filha Lauren e – com o apoio da família – encheu-se de planos para o futuro. “Ser mãe era um sonho”, diz. Aos oito meses de gestação, porém, durante o pré-natal, o susto que mudou a sua vida: Silvia descobriu que tinha HIV.
O período – como não poderia deixar de ser – foi marcado por grande sofrimento. Silvia foi demitida do emprego, em clara manifestação de discriminação, e ficou “em estado de choque”. “Eu tinha muito, muito medo”, revela, lembrando que se “sentia suja”, mas que sabia que não tinha feito “nada demais”. Some-se a isso o temor de a filha também nascer com HIV e a pressão dos médicos para que revelasse sua sorologia à família – o que ela não queria fazer. “Fui sobrevivendo – mas demorei muito tempo para me aceitar”, diz. A fase ruim foi encerrada com alegria aos 16 meses da filha, quando descobriu que Lauren não tinha HIV. “Foi um momento de grande emoção”, lembra, com um sorriso.Mas Silvia continuava em negação sobre sua própria sorologia – vivendo com HIV, mas sem tomar medicamentos durante mais de oito anos. No início da década de 2000, passou a perceber os sintomas da doença – estava quase sem cabelo e sentia-se constantemente mal –, mas ainda assim relutava em procurar pelos serviços de saúde. “Um dia não aguentei mais e fui ao médico: eu tinha várias infecções oportunistas e minha contagem de células CD4 havia caído para apenas quatro – o que significa a possibilidade de morte iminente”, explica, com emoção velada. Foi então que Silvia decidiu contar tudo para Lauren. A filha tinha então 12 anos e entrou em pânico. Em 2003, Silvia começou a tomar os medicamentos antirretrovirais. “Depois de um ano e meio, voltei a dizer: eu sou a Silvia”.(Os linfócitos T-CD4 são as células mais importantes do sistema imunológico, que protege o organismo contra infecções e doenças. A sua contagem revela quantas células CD4 estão presentes em uma única gota de sangue; quanto maior o número de células CD4 no organismo, melhor. Desde dezembro de 2013, com a adoção do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos, o Brasil indica o tratamento antirretroviral para todas as pessoas com HIV, independentemente dos níveis de CD4 – o que vem resultando no aumento no número de pessoas com HIV em tratamento e com carga viral indetectável. A propósito: carga viral indetectável é a condição de uma pessoa soropositiva que atingiu a supressão do vírus como resultado do uso regular de medicamentos antirretrovirais. Quem tem carga viral indetectável não está curado do HIV, mas, enquanto mantiver o tratamento antirretroviral, tem o vírus controlado e preso em certas células do organismo – sem se multiplicar, sem danificar o organismo e sem ser transmissível.)
Hoje, 16 anos depois de estar à beira da morte, Silvia tem carga viral indetectável. (É quase um milagre, e prova do que a fé e a boa adesão ao tratamento antirretroviral conseguem alcançar.) Ela cursa Administração em Sistemas e Serviços de Saúde na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e lidera o MNCP, lutando pelos direitos das mulheres vivendo com HIV/aids. Está casada com um companheiro sorodiferente (quando um dos parceiros tem HIV e o outro, não) que a faz muito feliz; há pouco, quando a filha de Lauren nasceu, tornou-se avó. É extremamente respeitada por sua liderança na luta contra o HIV/aids e em suas interfaces, na saúde coletiva, com temas correlatos como gênero e população negra, por exemplo.Mas o final feliz e o ativismo não amainam a realidade: “Não é fácil ter HIV; não é fácil tomar medicamentos”. Silvia resume: “Se você tem HIV, precisa ter boa adesão ao tratamento, além de acesso à informação e a todos os seus direitos”.
Assessoria de Comunicação
Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
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Equipe Conjunta do UNAIDS em Brasília para debater as estratégias e ações do Plano Conjunto da ONU sobre AIDS no Brasil - Estratégia 2016-2021 e do contexto delineado pela Agenda 2030.
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O último mês do ano também tem um tema para chamar de seu. Você já ouviu falar sobre dezembro vermelho? Sabe sobre o que se trata? Se não, chegou a hora de conhecer. Continue lendo o artigo para entender mais sobre!
Dezembro vermelho
Mês da conscientização e combate à Aids
A data foi estabelecida internacionalmente em 1987 por decisão da Assembléia Mundial de Saúde com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, o Ministério da Saúde adotou a data um ano depois.
O objetivo foi o de reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com portadores de AIDS.
Nada mais justo d
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