terça-feira, 13 de outubro de 2020

BRASIL X PERU. QUEM LIGA?

Quando o Brasil desembarcou na Europa em 1938 para disputar a 3ª Copa do Mundo da FIFA, em solo francês, seus jogadores, técnicos e dirigentes não faziam ideia de que a regra do futebol havia mudado (há dois anos!) e havia sido “inventado” o tiro de meta. 
Nossos goleiros (Batatais e Valter) viviam sendo advertidos por tentar recolocar a bola em jogo com as mãos como nas peladas de rua!

Em 1954 na Suíça foi pior ainda. Sem conhecer o regulamento do certame mundial e vítima de um regulamento asnático cometido pela FIFA, os brasileiros esfalfaram-se em campo num esforço inútil na prorrogação contra a Iugoslávia. O 1x1 no tempo regulamentar classificava as duas equipes. Que mesmo assim foram obrigadas a jogar mais trinta minutos. Ao final o empate persistiu e os brasileiros foram em prantos para os vestiários, julgando-se fora da Copa, sob os olhares incrédulos dos adversários. 

Que passaram todo o tempo extra gesticulando que o empate classificava as duas equipes e não entendiam o desespero dos canarinhos.
No vestiário enlutado apareceu finalmente um dirigente que “descobriu” que o empate havia classificado o Brasil! Que depois enfrentou o esquadrão húngaro de Puskas, Cocsis e Hideguti e obviamente deu com os burros n’água.

Décadas depois, o grande Nilton Santos, a “Enciclopédia do Futebol”, perguntado sobre os avisos dos adversários, questionou, meio sério, meio irônico: “Você acha que a gente ia acreditar nos inimigos”. Pois é.

Quatro anos depois, na Suécia, com jogadores espetaculares – Pelé, Didi, Garrincha, Gilmar, Nilton Santos – o Brasil impôs aos anfitriões a maior goleada de uma final de copa – 5 x 2 – e deu ao mundo um modelo inovador de jogo, o 4-2-4, que rompeu com o rígido WM ainda praticado pela maioria dos selecionados.
Aí viramos os maiorais! “Com brasileiro não há quem possa”! O Brasil de Juscelino Kubitschek parecia ser o país do futuro mesmo. Tínhamos o melhor futebol do mundo, a Bossa Nova, o Cinema Novo, Brasília, “cinquenta anos em cinco”. Ou seja, como dizem os manos hoje, era “noiz na fita”!

Só que não!

Daí para frente, oscilamos entre o orgulho tonto e o complexo de vira-lata. Vamos deixar claro: O Brasil foi o melhor do mundo entre 1958 e 1970 quando ganhou três copas do mundo em quatro, feito nunca igualado. Mas fora das quatro linhas éramos – e ainda somos – uma bagunça constrangedora. Nossos estádios são um lixo, com raras exceções, e o “padrão Copa do Mundo” pouco melhorou essa condição. 
Nossos dirigentes são geralmente venais ou incompetentes. Às vezes os dois! A geração de ouro de Pelé a Tostão e Rivelino apenas mascarou a nossa incapacidade de organização fora do campo. E vamos parar de dizer que o Brasil SEMPRE foi melhor do que todo mundo! Isso é mistificação. Até a década de 1950 o futebol brasileiro não ganhava nada. Na América do Sul apanhávamos do Uruguai e da Argentina dia sim dia também! No futebol e no basquete. Jogávamos como nunca contra os “Hermanos” aqui da bacia do rio da Prata, mas perdíamos sempre!

Ou seja, nem somos tão bons assim, nem somos tão ruins assim. 
Quando o Brasil entrar em campo hoje contra a seleção do Peru, freguesa de carteirinha – nunca derrotou o Brasil num jogo de eliminatórias – não haverá honra alguma em campo. Na vitória ou na derrota. Apenas um joguinho chinfrim que nem as grandes redes de TV se atreverão a transmitir. Ou seja, tudo somado, o resultado é zero. Ou zero a zero.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vale a pena aproveitar esse Super Batepapo

SBP em pauta

DESTAQUE

COMO A MÍDIA MUNDIAL ESTÁ DIVULGANDO HISTÓRIAS FALSAS SOBRE A PALESTINA

PROPAGANDA BLITZ: HOW MAINSTREAM MEDIA IS PUSHING FAKE PALESTINE STORIES Depois que o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, as forç...

Super Bate Papo ao Vivo

Streams Anteriores

SEMPRE NA RODA DO SBP

Arquivo do blog