BRASIL X BOLÍVIA (08/10/2020)
Às
vésperas do jogo Brasil x URSS em 1958 parte da nossa imprensa falava do
futebol “científico” praticado pelos soviéticos e lembravam seus sucessos
recentes em modalidades esportivas tão díspares como o vôlei e o boxe.
Lembravam do Sputnik... Como se lançar uma nave em órbita da terra
tornasse alguém uma grande potência futebolística!
Uma
partida e futebol é vencida ou perdida por aquilo que se faz nos noventa
minutos. São necessários bons jogadores com capacidade de decisão, um sistema
tático eficiente – mas que às vezes é suplantado por craques capazes de
subverter o jogo – e, é claro, empenho e sorte. Que nunca favorece equipes medíocres.
A não ser numa ou outra peleja isolada. Não há sorte que faça da Bolívia campeã
mundial a menos que amanhã ou depois ela venha a ter uma geração de bons
atletas. É simples assim. Ou empenho – vulgarmente chamado de “raça” – que faça
do Alavés o campeão da galáxia.
Ah,
sim, a palavra “raça”. É só uma equipe forte ou de tradição ser derrotada numa
partida para surgir um desses muitos torcedores que ignoram completamente como
funciona uma partida de futebol para dizer que faltou raça. Que jogadores só
jogam por dinheiro e outras platitudes.
Ponham na cabeça:
O futebol é profissional! Jogadores, é óbvio, jogam por dinheiro. Como
treinadores são treinadores pelo dinheiro, a Rede Globo transmite jogos por
dinheiro e insufla essa bobagem nacionalista chapa branca, adivinhem... Por
dinheiro! Pois é, isso se chama capitalismo. Não gostou? Então trate de ir
preparando a sua revolução bolchevique!
Quando
Brasil e Bolívia entrarem em campo na próxima sexta-feira o Brasil deve ganhar.
Porque tem jogadores melhores, uma tradição futebolística mais ampla e uma
estrutura esportiva, que se não é grande coisa, é muito melhor do que a da
Bolívia É isso.
E
se o Brasil não ganhar, exatamente pelo exposto, seus jogadores e a sua comissão
técnica terão que dar boas explicações. O resto é conversa fiada.
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