Esse discurso foi usado (e
inventado) na década de 1980 pelo PMDB como forma de desqualificar especialmente
o PT. E era uma causa amplamente abraçada pelos partidos comunistas, que na
época agrupavam-se no “partido ônibus” (PMDB) e morriam de medo de perder o seu
suposto protagonismo na esquerda. O que não adiantou nada, uma vez que na
década de 1980 o seu protagonismo já era bem limitado.
Hoje se realizam no campo
progressistas esforços pra que o PT retire a candidatura do Jilmar Tato em São
Paulo em favor da chapa Boulos/Erundina, do PSOL. E que no Rio de Janeiro o
PSOL renuncie em favor de Benedita Silva.
Entendo a preocupação dos progressistas no Rio de Janeiro e em São Paulo, metrópoles destruídas e abandonadas. E entendo também que esses esforços deveriam ter sido feitos ANTES das eleições.
Pouco adianta buscar paralelos na Argentina, Chile ou Bolívia, como alguns veem fazendo, países com uma história política muito diferente do Brasil.
Entendo que Boulos é um dos melhores quadros da esquerda e é por isso – mas não só por isso - meu candidato em São Paulo. Sua vitória daria uma nova esperança à cidade, evitando que ela fosse governada por aventureiros perversos que nada farão por ela.
A não ser, talvez, envergar pateticamente
sobrenomes ilustres (Bruno Covas), construir palanque para o Inominável (Joyce
e Russomano) ou ficar eternamente em cima do muro, mas sempre pendendo para a
direita (Márcio França). Nenhum dos candidatos mencionados aqui merece mais do
que repúdio. São a incompetência, o reacionarismo e o desprezo pelos pobres
numa mesma embalagem.
Sem contar que a vitória da chapa
Boulos/Erundina traria novo alento às forças de esquerda e seria um importante
foco de resistência contra a direita retrógrada incrustrada no governo federal
e em muitos estados.
Por outro lado, chantagear o PT para que o partido retire a candidatura – ou o PSOL no Rio e em Porto Alegre - nesse momento remete-nos apenas a um tipo de estelionato eleitoral inaceitável. As pessoas tem o direito de optar pela candidatura que melhor lhes representa. Se o eleitorado progressista da Paulicéia entender que Boulos é o melhor, vote em Boulos, oras!
E tente convencer seus amigos, parentes e vizinhos pelos motivos
mais nobres da politica e não pelo rebaixamento dela utilizando a tese do tal
voto útil.
Não se pode transigir com políticas que condenam os trabalhadores á mendicância ou com políticos que se omitiram diante do avanço do neofascismo.
Uma frente se constrói politicamente
com um programa acordado por todas as partes, concessões – sem perder a
perspectiva de esquerda, bem entendido – consultas à militância que constrói os
partidos na base no dia a dia e não simplesmente com acordos de cúpula. E,
sobretudo, não às vésperas das eleições!
E se uma parte do PSOL entendesse
que o PT pode até ser adversário, mas que os verdadeiros inimigos são os
inimigos de classe e os seus agentes vociferantes na igrejas milionárias, na
mídia corporativa e nas redes sociais.
Em tempo: #forabozofascista
Acompanhe o Super Batepapo com Guilherme Boulos - PSOL
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