As autoridades de saúde da Europa e dos Estados Unidos estão pedindo uma ação internacional para combater a disseminação da gripe aviária, à medida que crescem os temores de que o vírus possa sofrer mutação e se espalhar entre os seres humanos. Foi descoberto que vários mamíferos carregam uma versão mutante do patógeno em meio ao maior surto de gripe aviária da história.
O vírus H5N1 já matou cerca de 208 milhões de aves em todo o mundo. Mas os números mais recentes mostram que também houve pelo menos 200 casos registrados de mamíferos que contraíram a doença.
No Reino Unido, a Agência de Saúde Animal e Vegetal (APHA) supostamente encontrou nove lontras e raposas que testaram positivo para o vírus altamente patogênico H5N1. Nos Estados Unidos, a doença foi encontrada em gambás, ursos, um guaxinim e uma raposa vermelha. Na França, o vírus se espalhou para um gato e também causou um surto em uma fazenda de martas espanholas. A gripe aviária também foi detectada em focas e golfinhos.
Os pesquisadores acreditam que esses animais contraíram o vírus ao se alimentarem de aves mortas ou doentes que foram infectadas com a doença. Constata-se que o vírus encontrado nestes animais apresentava sinais de uma mutação que lhe permitia infetar os mamíferos com mais facilidade. No entanto, os cientistas dizem que ainda não viram nenhuma evidência que sugira que o vírus seja capaz de saltar entre os mamíferos.
No entanto, as autoridades de saúde pública agora estão alertando que o vírus pode continuar a sofrer mutações e pode ganhar essa habilidade de até aprender a pular para os humanos. Eles observaram, no entanto, que o risco para o público é “muito baixo”.
Em declarações à BBC, o professor Ian Brown, chefe dos serviços científicos da APHA, afirmou que “o vírus está absolutamente em marcha” e apelou a uma maior ação internacional para combater a sua propagação. Ele admitiu que o atual surto traz o risco de se transformar em uma pandemia como a Covid-19.
Professor Ian Brown |
“Essa disseminação global é uma preocupação. Precisamos olhar globalmente para novas estratégias, essas parcerias internacionais, para superar esta doença. Se não resolvermos o problema em todo o mundo, continuaremos correndo esse risco”, afirmou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve cerca de 830 casos de infecção humana pelo vírus da influenza aviária H5N1 nos últimos 20 anos, 457 dos quais foram fatais. Os últimos cinco casos foram confirmados durante este último surto, que se acredita ter começado em outubro de 2021.
As autoridades de saúde do Reino Unido pediram ao público que não toque em nenhuma ave morta ou doente. As pessoas também são convidadas a relatar quaisquer aves de rapina mortas, três ou mais aves aquáticas ou gaivotas selvagens mortas, ou cinco ou mais aves mortas de qualquer espécie que encontrarem ao Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais.
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