Durante o ano de 2020 tivemos super bate-papos com pessoas inspiradoras que nos tocaram com ensinamentos e reflexões sobre cultura, politica, esportes e sociedade em geral. Depois de cada conversa sempre foi muito difícil segurar a pena e registrar um tanto daquilo que nos entregaram de tão bom grado por culpa da rotina que consome o tempo e impede um texto possível transmitir a altura o recado.
Esse artigo se inspira dentre tantas trocas de ideias em duas que vieram mais ao final do ano; uma com o Ver. Eduardo Suplicy e outra com Jones Manoel. Duas personalidades que à primeira vista cheios de diferenças e até antagônicos - quando mal compreendidos nas distorções que se produzem ao olhar menos atento - Mas, mentes e corações que se tocam no ideal de uma sociedade mais justa e solidaria e na radicalidade de fazê-la real, já, agora, sem subterfúgios, sem rodeios e sem tramas de bastidores. E eles estão soprando esperança nos ouvidos de quem queira ouvir e escutar de verdade, sem medo do tão cancelado contraditório, essencial ao bom debate.
Eduardo Suplicy: Blowing in the win
O QUE SOPRA NO VENTO (OU QUEM CANCELA QUEM)
Faz
parte de qualquer processo político a luta pela hegemonia de uma corrente, de
um partido ou de um conjunto de ideias. Mente ou se equivoca grosseiramente quem
nega isso. Ou é profundamente ignorante sobre as lutas políticas que são
travadas no interior de movimentos sociais, partidos, sindicatos, ou seja, lá o
que for. E, é claro, há diversas estratégias parra atingir tais finalidades. Com
as quais podemos ou não concordar.
Não
acho nada demais que a um ano e meio da eleição de 2022 partidos, candidatos e
movimentos façam seus jogos, coloquem suas cartas na mesa e façam suas apostas.
Isso é da democracia e do jogo democrático.
Aí entramos na conhecida seara do vale-tudo. Jogo perigoso no qual o grão tucanato mergulhou desde 2014 e o resultado foi, não um governo formado pelas aves de rica plumagem, mas o triunfo da confraria dos abutres milicianos e fascistas. Que a direita faça isso não é surpresa. Mesmo a direita gourmet que agora faz ligeira mea culpa por “não perceber” – Ingênua essa gente! – o perigo que o milico fascista e sua corja representavam para o país. Como já disse antes, não espero nada daqueles que sempre foram privilegiados e não fazem nada além de preservar seus privilégios ancestrais. Mas sempre se espera mais daqueles que almejam por mudanças.
Não sou nenhum ingênuo e tenho certeza de que nem “todas as ideias” possuem o mesmo valor! Racismo, homofobia, machismo e ideais fascistas devem ser mesmo combatidos. Até mesmo com uso da força, sempre que necessário. Ou alguém acha que fascistas estão abertos ao diálogo? Mas não deveríamos dialogar mais no campo da esquerda? Não deveríamos debater nossas táticas e estratégias para derrotar o fascismo ao invés da imposição pela fo0rça da ofensa, da infâmia, da calúnia e do cancelamento burro daqueles que divergem de nós dentro do mesmo campo? A resposta, meu amigo, como diria Bob Dylan – e Eduardo Suplicy – está soprando no vento.
Ver. Eduardo Suplicy: Carta ao Papa Franciso
E o mais duro saber é que ela está soprando, assim, com aquele hálito fétido da corja miliciana, bem distante do suplicyano aviso sincero e corajoso de quem nunca fugiu a luta.
Entrevista com Jones Manoel
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