Por: Benedito Carlos dos Santos
Quando estourou a Primeira Guerra Mundial os verdadeiros socialistas - Rosa Luxemburgo, Trotsky, Lênin - pregavam Guerra à Guerra. Nenhum lado do Imperialismo em conflito mereceria apoio do proletariado europeu.
Infelizmente os partidos operários, em sua maioria, dobraram-se ao chauvinismo pequeno burguês, apoiando suas respectivas burguesias nacionais e seus esforços de guerra. E condenaram milhões de trabalhadores à morte enquanto a classe dominante se refestelava com os lucros obtidos com o conflito.
De uma perspectiva socialista é inaceitável o que se apoie incondicionalmente Putin ou os EUA e a OTAN. Essa é uma posição que o companheiro Valério Arcary chama de "campista". É um equívoco, uma vez que nenhum dos "campos" em conflito é exatamente inocente.
A palavra de ordem deveria ser pelo fim da guerra e pelo fim da OTAN. Nem a Ucrânia, que em 2014 assistiu ao massacre de comunistas com o aval das forças de segurança, é uma ilha de Liberdade e democracia.
E nem Putin, um autocrata anticomunista, é um herói antiimperialista.
São inocentes desarmados e não supostos nazistas – que inegavelmente existem na Ucrânia, mas Putin pouco se preocupa com eles – que estão morrendo. É uma tragédia produzida pelos EUA, pela OTAN e encenada pela Rússia.
Putin, que não é idiota, aproveitou-se da aproximação da Ucrânia com a Otan e os EUA e do fato presidente/humorista ucraniano ter acreditado no canto de sereia de Washington e de uma suposta proteção que levaria o país ao paraíso de uma tela pintada por Norman Rockwell.
Resumindo: não há mocinhos, apenas bandidos. E as vítimas de sempre. A população civil e soldados armados, amados ou não, como diria a música famosa. Os verdadeiros socialistas deveriam romper com o “campismo” idiota, relíquia da Guerra Fria.
RECOMENDAÇÃO DO SPB
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