A União Química vai começar a produzir a vacina contra o coronavírus Sputnik V no Brasil antes da aprovação do órgão regulador nacional (Anvisa), disse nesta sexta-feira o CEO da farmacêutica brasileira Fernando Marques.
“Vamos pegar um lote do componente ativo de Moscou na próxima semana e começaremos a engarrafar a vacina na fábrica de Guarulhos”, disse.
“Vamos iniciar a produção imediatamente após o recebimento dos componentes e ficaremos aguardando o registro que nos permita iniciar a sua utilização no país”, disse Marques.
A produção do componente ativo no Brasil deve começar após receber uma conclusão do Centro de Pesquisa Gamaleya, o desenvolvedor da vacina, disse o gerente. “Receberemos os equipamentos no final de maio, possibilitando escalonar os volumes de produção”, acrescentou.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprovou o uso da vacina russa até o momento.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Regulador de saúde brasileiro pronto para rever decisão de rejeitar importações do Sputnik V
A Anvisa, Agência Brasileira de Regulamentação Sanitária, está disposta a reconsiderar sua decisão de rejeitar as importações do jab de coronavírus Sputnik V da Rússia para o país depois de receber novos dados de seus desenvolvedores, disse o chefe da agência, Antonio Barra Torres.
“Tomamos a decisão com base nos dados recebidos. <…> Os dados fornecidos podem ser revisados, corrigidos e reenviados. A decisão do regulador reflete o estado no momento da consideração. Na segunda-feira, não foi possível aprovar [a vacina importação] para nossa grande decepção ", disse o funcionário em uma mensagem à nação, à comunidade científica e aos reguladores estrangeiros.
"É um quadro temporário. Pode mudar. Não estamos fechando as portas", acrescentou, instando para nos unirmos e trabalharmos juntos para derrotar o "inimigo invisível comum".
Na segunda-feira, a Anvisa indeferiu o pedido de fornecimento e uso do Sputnik V no país. O encontro da Anvisa durou mais de quatro horas e trouxe conclusões de especialistas da agência e suas opiniões sobre a eficácia e segurança do jab russo. Um dos argumentos a favor da rejeição foi a alegação de que o segundo componente do Sputnik V contém o adenovírus que pode se replicar.
Na manhã desta quinta-feira, Gustavo Mendes, gerente de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, disse que o regulador não realizou seus próprios testes e baseou sua conclusão na documentação recebida da Rússia. Após a admissão, os desenvolvedores do Sputnik V relataram a intenção de processar a Anvisa por espalhar informações falsas intencionalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário