Glauber Braga é um deputado atuante, defensor inequívoco das causas populares, assim como outros companheiros do PSOL. Merece o respeito de toda a militância de esquerda, mesmo daqueles que não pertencem ao seu partido. Por isso mesmo, eu me recuso a achincalhá-lo em razão de ter o deputado postulado sua candidatura à presidência da república, com apoio de alguns militantes e simpatizantes de seu partido. É absolutamente legítimo e ele tem o direito. Como qualquer cidadão, aliás.
Ao contrário de alguns setores da esquerda, moldados por anos de disciplina stalinista, não julgo que algum partido seja dono do povo ou da classe trabalhadora. É patético criticar o PSOL ou qualquer dos seus integrantes por postular candidaturas ao executivo federal. Como Lula tem todo o direito – que lhe foi negado torpemente em 2018 – de voltar à disputar uma eleição presidencial. Não apenas o PT e o PSOL, mas também o PC do B, PCB, Ciro Gomes – seja lá por qual partido, e até seitas pseudos-revolucionárias como o PSTU e o PCO.
Não submeto os direitos políticos dos indivíduos às minhas preferências pessoais.
Dito isso, deixo claro que defendo uma frente de partidos e movimentos de esquerda encabeçada por Lula. Não, isso não significa uma capitulação – há uma certa esquerda que adora esse termo! - ao suposto lulo-petismo. Aliás, por motivos que não cabem aqui, nem acredito em “lulo-petismo”, uma invenção da direita hidrófoba, adotada por alguns esquerdistas lavajatistas, a famosa esquerda light ou “leite com pera”.•.
Lula vai conquistar inegavelmente uma parte enorme do eleitorado que estaria e está disposta a votar no PSOL. Particularmente, como adepto do PSOL, respeito os eleitores e militantes petistas, embora muitas vezes divirja deles. Não suporto petistas que cultuam Lula como no passado cultuaram Stálin, Mao ou Jesus Cristo. Cultos políticos-religiosos são sempre despolitizadores e um atraso político.
Mas, mesmo com as inegáveis divergências entre nós, seria esse o momento de dividir a classe trabalhadora com uma candidatura fratricida no campo da esquerda?
Não tenho ilusões em relação a Lula. É inegavelmente a maior liderança popular surgida no Brasil na história da República. Mas é acima de tudo um conciliador, um reformista, sendo no espectro político, no máximo, um social democrata. Mas é a melhor esperança que temos nesse momento de derrotar o fascismo.
É evidente que o apoio aqui proposto não pode ser nem acrítico nem incondicional. Mas defendo, não obstante, o voto em Lula, mesmo enxergando no ex-metalúrgico todos os limites apontados. E não dá para negar que os governos petistas foram governos onde houve avanços sociais notáveis. Avanços esses que poderiam ser maiores. E cabe à esquerda lutar para que sejam. Ou alguém acha que é mais fácil lutar num governo fascista ou num governo burguês de “terceira via”, que seria apenas um bozonarismo sem o dito cujo?
Entendo, por todas as razões expostas, que nesse momento Lula é o nome mais expressivo no campo progressista para derrotar o gangsterismo bozoasnático. E entendo que o PSOL deveria em 2022, como estratégia eleitoral, aumentar sua bancada, abrir espaço no Congresso Nacional, como já faz nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais, para a participação de companheiras e companheiros que representam o que há de mais avançado e progressista nos movimentos sociais. E que como norte político principal deveria aumentar mais ainda sua presença nesses movimentos, ajudando a organizá-los.
Estou plenamente consciente que as palavras acima não agradarão totalmente meus amigos petistas e decepcionarão muitos companheiros do PSOL. Mas a política – com P maiúsculo – nem sempre é arte de fazer amigos. A não ser para populistas burgueses e fascistas, enrustidos ou não. Prefiro fazer companheiros e camaradas a simples amigos! E ter a liberdade de dizer sempre o que penso.
#forabozofascista #jacarezinhoéaqui
👍
ResponderExcluirSigo Glauber Braga nas redes,estamos juntos nessa luta contra o monstro que quer destruir nossa democracia
ResponderExcluir