Na cerimônia, realizada em São Paulo no dia 12 de agosto, e transmitida pela internet (assista aqui), Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que essa tentativa de destruição buscava interromper a política de inclusão social e de posicionamento do Brasil como um país soberano no cenário internacional.
No livro e da plataforma Memorial da Verdade, que contam como Lula foi perseguido e provou sua inocência
Para o ex-presidente, o lançamento do livro e da plataforma é o início de uma nova forma de o PT e a esquerda se defenderem dos ataques sofridos nos últimos anos. “Esse livro pode ser o começo de um novo jeito de nos defendermos. Porque quando as pessoas são acusadas de corrupção, muitas delas sucumbem, mesmo que sejam inocentes, e desaparecem da vida política. Não podemos ter medo de discutir a questão da corrupção. O PT está se preparando para que, nas próximas eleições, ninguém ache que vai falar de corrupção e vai inibir o PT. E nenhum partido de esquerda deve temer isso.”
Lula lembrou ainda que foi a farsa jurídica, que chegou a colocá-lo na prisão por 580 dias, que impulsionou a negação da política e permitiu a chegada de Jair Bolsonaro e a extrema direita ao poder. “O seu Bolsonaro foi eleito, primeiro, pelo desmonte e descaracterização da política neste país. O ódio estabelecido contra a política permitiu que um cidadão que passou a vida inteira como político fizesse campanha dizendo que não gostava da política. E esse cidadão não cuidou da pandemia, da fome, do emprego e do salário. E esse cidadão pratica a velha política da pior espécie com que um presidente pode se relacionar com o Congresso Nacional”, denunciou.
Discursaram ainda na cerimônia, presencialmente ou por meio de vídeo, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT); o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); o bispo emérito de Blumenau, dom Angélico; o diretor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e coordenador da Vigília Lula Livre, Roberto Baggio; o escritor Raduan Nassar; o cineasta Kleber Mendonça; o ator norte-americano Danny Glover; o jurista Antonio Mariz de Oliveira; e um dos advogados de Lula, Cristiano Zanin (confira aqui os depoimentos).
Enquanto Mariz de Oliveira descreveu Lula como símbolo da luta do Brasil contra a “ditadura do Judiciário”, Zanin saudou a resiliência do ex-presidente e seus apoiadores e garantiu que, hoje, passada uma “trajetória árdua”, ficou provada, “caso a caso na Justiça, a inocência do presidente Lula”. O ator Danny Glover disse que “a integridade, a fortaleza e o sacrifício” de Lula, somados ao massivos pedidos do Brasil e do mundo por liberdade ao ex-presidente, são “um testemunho do que a solidariedade internacional por liberdade e justiça pode alcançar”. Já o governador Wellington Dias ressaltou: “Neste momento, Lula não recuperou só sua inocência. Neste momento, Lula é esperança”.
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